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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Email recebido hoje: Estudantes de Ciências Sociais contra premiação à FHC

Quem quiser e puder repassar!


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Date: Mon, 17 Aug 2009 09:06:55 -0300
Subject: [APSERJ] Estudantes de Ciências Sociais contra premiação à FHC



Movimento de Área Ciências Sociais – Região Sul

Estudantes de Ciências Sociais contra premiação à FHC
Publicado 14/08/2009

Os estudantes de Ciências Sociais, através de suas organizações político-acadê micas, tornam público o seu absoluto repúdio à entrega do prêmio “Florestan Fernandes” pela Sociedade Brasileira de Sociologia ao ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, durante a abertura do XIV Congresso Brasileiro de Sociologia – realizado recentemente na UFRJ.
O Prêmio Florestan Fernandes, instituído no XI Congresso Brasileiro de Sociologia, em 2003, tem o objetivo de homenagear sociólogos que, por seu empenho na produção do conhecimento e liderança institucional, são marcos de referência na história da disciplina no Brasil.
Ao longo da história da SBS, inúmeros intelectuais e sociólogos que contribuíram de forma expressiva para o progresso das Ciências Sociais no Brasil, já receberam o prêmio “Florestan Fernandes” como Manuel Correia de Andrade, Heraldo Pessoa Souto Maior, Octávio Ianni, Neuma Aguiar, José de Souza Martins, Juarez Rubens Brandão Lopes, Wilma de Mendonça Figueiredo, Francisco de Oliveira, Silke Weber, entre outros. Reconhecimento mais que merecido.
Em 8 de outubro de 2001, o sociólogo e presidente Fernando Henrique Cardoso vetou um a lei que incluía as disciplinas Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias no currículo das escolas de Ensino Médio no país, o que beneficiaria cerca de dez milhões de jovens. Em 1997, já havia sido apresentado e aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL 3.178/97), que alterava a LDB incluindo Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias. Quando enviado à sanção presidencial, porém, o projeto foi vetado integralmente por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que agora foi homenageado pela SBS.
Quando do veto em 2001, este foi considerado por intelectuais e lideres políticos, como bastante grave para a credibilidade da Sociologia e dos Sociólogos, perante a opinião publica. Nesse sentido, consideramos a outorga do prêmio ao ex-presidente e sociólogo um ultraje à memória de Florestan Fernandes e a própria história da entidade científica (SBS), sucessora da Sociedade de Sociologia de São Paulo e que sempre foi uma das aliadas nessa luta nacional.
Em principio, tal gesto parece representar uma expressão intolerável de reabilitação de um sociólogo que brindou a sociedade brasileira com o famoso “esqueçam o que escrevi”. Não se trata aqui de preconceito e de intolerância, mas de conformação com valores que modelam o espírito critico do mestre Florestan Fernandes. Torna-se bastante pertinente refletir que a disputa de ideias e espaços devem servir não a
aceitação social e reabilitação da velha ordem neoliberal, mas ás transformações sociais alcançadas pela sociedade brasileira no atual momento, com o reconhecimento, inclusive, da Sociologia no Ensino Médio.
Somamos-nos às entidades como o Sindicato dos Sociólogos de São Paulo (Sinsesp) nos protestos contra a posição e o gesto simbólico expressos pela Sociedade Brasileira de Sociologia. Encaminharemos a todos os estudantes de Ciências Sociais no Brasil a nossa manifestação de repúdio ao homem político insensível que renegou a Sociologia ao qualificar, na época, o projeto de Sociologia no Ensino Médio como “contrário ao interesse público”. Seguiremos apoiando o reconhecimento a todos os profissionais que não separam teoria e prática, aliando-as com coerência na sua atividade cotidiana.
Assinam esse manifesto:
Coletivo de Estudantes de Ciências Sociais/UFRGS (CECS)

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