Agência Rio de Notícias

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O TURVO HORIZONTE DA CRISE – TRECHOS DE ENTREVISTAS COM ESPECIALISTAS( SOCIÓLOGOS , ECONOMISTAS E DEMAIS PESQUISADORES) RETIRADOS DO JORNAL DA UFRJ –

O TURVO HORIZONTE DA CRISE – TRECHOS DE ENTREVISTAS COM ESPECIALISTAS( SOCIÓLOGOS , ECONOMISTAS E DEMAIS PESQUISADORES) RETIRADOS DO JORNAL DA UFRJ – ANO 4 – Nº 44 MAIO DE 2009



Coryntho Baldez

“A crise avassaladora está expondo os limites incontornáveis da expansão mundial do capitalismo”.

“... o sistema global está sob o risco de implodir – apenas em2009, a depressão da atividade econômica vai gerar 38 milhões de novos desempregados, de acordo com o ultimo relatório da organização internacional do trabalho (OIT). Embora ninguém fale em crise terminal do atual modelo de produção a sensação de que o pior ainda está por vir domina a análise de muitos especialistas”.

“... Há um consenso de que a crise é estrutural e potencialmente mais aguda do que a verificada em 1929”.

“ Para Giuseppe Cocco (professor da escola de serviço social da UFRJ) a crise atual é sitemica e ninguém sabe qual será seu desfecho. “Essa incerteza radical, transformada numa crise de confiança, é o que define paradoxalmente, a certeza quanto a sua dimensaão única. A crise é sistêmica porque tem raiz nas contradições estruturais do capitalismo contemporâneo”.

“ a contradição estrutural que está na base da crise é aquela classicamente marxista, entre desenvolvimento das forças produtivas e relações capitalistas de produção...”

“ o trabalho que constitui as forças produtivas contemporâneas por um lado é do tipo cognitivo, afetivo, lingüístico, terciário e, por outro, precário, não reconhecido, flexível, formal e informal ao mesmo tempo”, “sustenta o pesquisador”

“ na análise de Giuseppe Cocco, diferentemente do que acontecia no regime industrial, o capitalismo flexível, globalizado financeirizado “inclui” os excluídos sem eliminar a exclusão.Para ele essa é a base do novo regime de acumulação: “por um lado, as novas relações sociais de produção investem o conjunto das nossas vidas e não apenas o tempo de trabalho e, por outro, não se reconhece esse outro tempo como produtivo”.

“Roberto Leher, professor da faculdade de educação, vice-presidente da associação dos docentes da UFRJ, seção sindical da associação nacional dos docentes do ensino superior, avalia que a crise não deve ser vista como de natureza financeira e especulativa, pois o crescimento desmedido do capital fictício e a sua implosão recente repousam sobre a chamada economia real. “aqui está o epicentro da crise, que resulta das contradições do sistema,notadamente da tendência de queda da taxa de lucro”

“a presente crise, segundo Leher, é ainda mais grave porque possui uma dimensão ambiental – Climática e energética – e alimentar”.

Um comentário:

OUTONO disse...

A crise...é infelizmente também um teatro especulativo de irrealidades sociais. Lamento.
Boa edição.
Um abraço